Saiba tudo sobre o Aborto Espontâneo

As causas do aborto espontâneo são muito variadas mas podem envolver alterações imunitárias, a idade da mulher, infecções causadas por vírus ou bactérias, estresse, uso de cigarro e também devido o uso de drogas.

O aborto espontâneo é quando a gestação chega ao fim antes das 22 semanas de gestação, e o feto morre, sem que a mulher tenha feito nada que pudesse controlar. A dor abdominal forte e o sangramento vaginal durante a gravidez são os principais sintomas de aborto espontâneo.

Principais causas do aborto espontâneo
Indicamos a seguir as causas mais comuns de do aborto natural, uma situação que pode ocorrer em qualquer grávida, no início da gravidez:

1. Problemas no útero
A formação do útero da mulher é responsável por até 10% dos abortos que ocorrem de forma espontânea e dentro destas alterações, a mais comum é uma situação chamada insuficiência do Istmo-cervical. Outras possíveis causas relacionadas ao útero são quando a mulher possui: útero bicorno, septado, arqueado, deformação no endométrio causada pela presença de pólipos ou miomas que dificultam a implantação do embrião no útero.

Como tratar: Em alguns casos pode ser preciso realizar uma cirurgia para melhorar a anatomia do útero, permitindo uma gravidez saudável até o nascimento do bebê.

2. Alterações hormonais
A falta de progesterona é a causa mais comum de aborto causado por alteração hormonal. Isto pode acontecer quando a mulher usa medicamentos hormonais sem orientação médico durante a gestação

Como tratar: Tomar remédios que regulam a quantidade de progesterona na corrente sanguínea.

3. Doenças na tireoide
As alterações da tireoide que podem causar aborto espontâneo são hipertireoidismo, hipotireoidismo e também a presença de anticorpos anti-tireoidianos.

Como tratar: O hipotireoidismo pode ser tratado com o uso de medicamentos como o Propiltiuracil. Os corticoides podem ser úteis para tratar os anticorpos anti-tireoidianos.

4. Síndrome dos ovários policísticos
As mulheres que possuem esta síndrome tem dificuldade para ovular e podem não ovular todos os meses e além disso, tem quase 50% de chance de ter um aborto espontâneo

Como tratar: Alguns estudos relatam que tomar metformina durante a gestação pode ser útil para evitar um novo aborto, mas sempre sob indicação do obstetra que está acompanhando a gestação.


5. Alterações no cromossomo
Quando os cromossomos do pai e da mãe não ficam bem formados e dão origem a um embrião com alguma alteração cromossômica, o corpo da mulher pode rejeitar este embrião, levando ao aborto espontâneo. Neste caso, o pai e a mãe estão bem de saúde e não encontram nenhuma razão para a perda do bebê, mas esta causa representa 50% dos abortos espontâneos.

Como tratar: Se a mulher tiver mais de 2 abortos espontâneos, o casal deverá fazer exames para tentar identificar a causa desta repetição e fazer também um teste genético para saber mais sobre sua saúde. Neste caso o aconselhamento genético pode ser muito útil.

6. Infeções causadas por vírus ou bactérias
Algumas doenças que aumentam o risco de aborto são as doenças sexualmente transmissíveis como clamídia, sífilis, micoplasma e outras doenças como brucelose e gonococos.

Como tratar: Usar os antibióticos receitados pelo médico, após identificar qual a DST que possui e a bactéria envolvida. Saiba como identificar e tratar as DSTs mais comuns.

7. Álcool, cigarro e café em excesso
O consumo exagerado de bebidas alcoólicas durante a gestação e a exposição à fumaça do cigarro e o consumo excessivo de alimentos ricos em cafeína como café, chá-preto e coca-cola também estão relacionados ao aumento de casos de aborto espontâneo. A quantidade ideal de cafeína que pode ser consumida na gestação não deve ser maior que 4 xícaras de café expresso por dia. Para mais informações, veja aqui.

Como tratar: A solução é simples e consiste em evitar todos estes fatores durante a gestação.

8. Doença autoimune
Quando o pai possui alguma doença autoimune existe um maior risco de aborto, mesmo que o casal tenha uma boa saúde e esteja com todos os exames normais. Neste caso o corpo da mulher reage à presença do embrião com um ser estranho, que começa a ser atacado, levando ao aborto.

Como tratar: O tratamento pode ser feito com um tipo de vacina preparada especificamente para cada mulher, contendo partes do sangue do parceiro. Ela recebe estas vacinas 2 ou 3 vezes e faz mais exames para saber se o seu corpo já não reage às células do homem e então fica apta para uma nova tentativa de gravidez.

9. Uso de remédios
Tomar remédios sem orientação médica também pode causar aborto, por isso em caso de dores ou desconfortos deve informar o obstetra e não tomar remédios por conta própria, nem chás porque alguns são contraindicados. Veja os exemplos de remédios que podem causar aborto clicando aqui.

Como tratar: Não tomar remédios sem orientação médica, especialmente se está grávida ou tentando engravidar.

10. Baixo peso ou obesidade
Quando a mulher está muito abaixo do peso ou muito acima do peso também pode aumentar o risco de aborto porque o corpo pode entender que não está nas melhores condições para o bom desenvolvimento do bebê.

Como tratar: Deve ser acompanhado por um nutricionista para saber como se alimentar corretamente para garantir o bom desenvolvimento fetal. Veja quantos quilos deve engordar na gravidez.

O que fazer em caso de suspeita de aborto
Se apresentar sinais e sintomas como dor abdominal intensa e perda de sangue pela vagina, especialmente após o contato íntimo deve ir ao médico para realizar exames como o ultrassom para verificar se o bebê e a placenta estão bem.

O médico poderá indicar que a mulher fique de repouso e evite o contato íntimo por 15 dias, mas também pode ser preciso tomar remédios analgésicos e antiespasmódicos para relaxar o útero e evitar as contrações que levam ao aborto.

Qual o tratamento para o aborto
O tratamento varia conforme o tipo de aborto que a mulher sofreu, podendo ser:

Aborto completo
Ocorre quando o feto morre e é completamente eliminado do útero, neste caso não é necessário realizar nenhum tratamento específico. O médico poderá fazer uma ultrassonografia para verificar se o útero está limpo e aconselhar uma consulta com psicólogo quando a mulher encontra-se muito abalada. Quando a mulher já sofreu um aborto espontâneo anteriormente pode ser preciso fazer exames mais específicos para tentar encontrar a causa e evitar que isso aconteça novamente.

Aborto incompleto
Ocorre quando o feto morre mas não é totalmente eliminado do útero, havendo restos fetais ou placentares dentro do útero da mulher, o médico pode indicar o uso de remédios como Cytotec para eliminação completa e a seguir poderá realizar uma curetagem ou aspiração manual ou com vácuo, para remover os restos de tecidos e limpar o útero da mulher, prevenindo infecções.

Quando há sinais de infeção uterina como odor fétido, corrimento vaginal, intensa dor abdominal, batimento cardíaco acelerado e febre, o que normalmente é causado por abortos provocados de forma clandestina, o médico pode prescrever antibióticos em forma de injeção e raspagem uterina. Nos casos mais graves pode ser necessário retirar o útero para salvar a vida a mulher.

Quando engravidar novamente
Após sofrer um aborto a mulher deve receber apoio psicológico profissional, da família e dos amigos para se recuperar emocionalmente do trauma causado pela perda do bebê.

A mulher poderá voltar a tentar engravidar após 3 meses do aborto, esperando que a menstruação volte ao normal, tendo pelo menos 2 ciclos menstruais ou após este período quando se sentir novamente segura para tentar uma nova gravidez.