16 erros que atrapalham a amamentação e 23 soluções simples para eles

Durante a amamentação, alguns mitos e maus hábitos podem ser extremamente prejudiciais para mãe, bebê e família. Segundo a pediatra e especialista internacional em amamentação Luciana Herrero, para evitar preocupações desnecessárias e estresse nesse período a mulher precisa começar a se preparar antes mesmo de engravidar. “Quando a gente faz essas listas, a intenção é que a mãe possa solucionar os problemas que interferem diretamente na amamentação e não gerar mais preocupações para aquelas que já estão enfrentando dificuldades”, esclarece.

De acordo com a especialista, o processo tem que ser pensado em quatro fases: antes da gestação, durante a gravidez, no parto e no pós parto.

Não consigo amamentar: o que fazer?
Erros antes da gravidez

Se quiser, a mulher pode se preparar para a amamentação antes mesmo de engravidar
  • Achar que amamentar é fácil;
  • Achar que instinto materno resolve todos os problemas;

Solução:

  • Buscar informações em sites especializados;
  • Entender o que acontece com a mulher enquanto ela amamenta;
  • Descobrir quais são os maiores desafios do processo;
  • Conversar com especialistas que estimulam a amamentação exclusiva até os 6 meses;
  • Preparar o psicológico – “É mais importante do que preparar os seios”, diz Luciana;

“Amamentar é um ato biológico. No entanto, determinado por diversos fatores socioculturais. Com o uso frequente e cada vez mais precoce de mamadeiras e fórmulas, as técnicas foram desaprendidas”, esclarece a especialista.

Erros durante a gravidez

Buscar informações sobre amamentação durante os 9 meses de gestação é essencial
  • Achar que não é necessário se preparar para a amamentação;
  • Acreditar em histórias de terror;
  • Se apegar a palpites;
  • Considerar crenças populares;
  • Acreditar que o formato ou o tamanho dos seios interferem no sucesso da amamentação;
  • Achar que porque não produz colostro antes da hora não vai conseguir amamentar;
  • Acreditar que existe leite fraco;

Solução:

  • Ler conteúdos de fontes especializadas – sites, blogues de médicos, doulas e amamentólogas;
  • Ignorar os palpites e as histórias catastróficas;
  • Desmitificar as crenças populares;
  • Preparar o psicológico para a amamentação – é mais importante do que preparar os seios;
  • Converse-se de que toda mama produz leite e que todo leite alimenta um bebê;

Erros durante o parto e no hospital

Neste momento é importante conversar e confiar na equipe
  • Achar que a via de nascimento não interfere no processo;
  • Agendar cesárea sem indicação real;
  • Oferecer leite formulado e mamadeiras;

Solução:

  • Não agendar uma cesárea sem indicações médicas reais;
  • Priorizar o parto normal – “O parto normal estimula a liberação de hormônios que são essenciais para a amamentação”, explica Luciana;
  • Esperar entrar em trabalho de parto – “Os hormônios liberados no trabalho de parto estimulam a descida do leite materno”, relata a pediatra;
  • Conversar com os profissionais que vão acompanhar o parto e solicitar contato pele a pele na primeira hora de vida – “Quando o bebê mama na primeira hora de vida, o leite desce mais rápido e o vínculo é criado imediatamente”, conta a amamentóloga;
  • Escolher pediatra que apoie a amamentação exclusiva até os 6 meses para acompanhar o parto e o desenvolvimento do bebê;
  • Não priorizar leites formulados e nem mamadeiras;
  • Recusar a oferta de leite formulado para a alimentação do recém-nascido;
  • Exigir alojamento conjunto –”Com o bebê sempre perto, além de aumentar o vínculo e evitar que leite artificial seja oferecido a ele, mãe e bebe ainda estabelecem uma rotina de amamentação”, diz a especialista;

“Nesse momento é essencial que a família – ou aqueles que vão conviver próximos de mãe e bebê, geralmente pai e avó – tenha informações. Quando os parentes sabem sobre a amamentação e a apoiam, a família já tem 50% de chance de o processo dar certo e ser um sucesso”, conta a pediatra.

Erros no pós-parto: em casa

Em casa, confiar na capacidade do corpo é a parte mais importante
  • Estabelecer horários fixos para oferecer o peito;
  • Tentar eliminar as mamadas noturnas;
  • Acreditar que sentir dor, ter os seios rachados e/ou sangrado é normal;
  • Aceitar a prescrição de leite artificial sem consultar outras opiniões;

Solução:

  • Amamentar em livre demanda – oferecer o peito sempre que o bebê solicitar. Eles mamam aos pouquinhos e precisam se alimentar com frequência para estarem satisfeitos;
  • Amamentar durante a noite, caso o bebê solicitar – “À noite é quando o corpo mais estimula a produção de prolactina, hormônio responsável pelo aumento da produção de leite”, explica Luciana;
  • Alternar as mamas apenas depois de elas serem completamente esgotadas;
  • Buscar ajuda em bancos de leite para corrigir a pega do bebê em casos de fissuras ou dores;
  • Evitar a introdução de outros bicos ou de leite artificial – “A família não pode optar pela suplementação ao se deparar com a primeira dificuldade. O leite formulado não tem a mesma qualidade que o materno e a mamadeira pode gerar confusão de bicos, processo que desestimula a amamentação. O profissional precisa, antes de qualquer coisa, buscar a solução correta para o problema – seja ele a pega errada ou o psicológico da mãe. Vale sempre a pena buscar uma, duas, três, quatro ou cinco opiniões até encontrar o melhor caminho”, explica e orienta a pediatra;

“Nessa fase a mãe precisa confiar muito no poder dela. Toda mulher é capaz de amamentar. É essa segurança que vai ajudar o seu organismo a produzir o leite na quantidade ideal para o bebê. O amor e o apoio da família são essências”, finaliza a amamentóloga.

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