Ação contra a pedofilia prende pediatra em Casa Branca com material de pornografia infantil

Segundo delegado seccional, médico de 74 anos foi flagrado compartilhando vídeos.

A Polícia Civil de Casa Branca (SP) prendeu um médico nesta quinta-feira (28) durante a 4º fase da operação nacional “Luz na Infância”. Segundo o delegado seccional Benedito Antônio Noronha Júnior, o pediatra de 74 anos foi flagrado em casa com materiais e vídeos de pornografia infantil.

Procurada pelo G1, a defesa do pediatra informou que irá aguardar a audiência de custódia para se pronunciar, pois o caso ainda é prematuro. A única afirmação do advogado, até o momento, é que os materiais apreendidos não estão atrelados à profissão do médico e eram armazenados em computadores particulares.

O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) instaurou sindicância para apurar a denúncia contra o médico. A investigação correrá sob sigilo determinado por lei, segundo o órgão.

Combate a exploração sexual de menores

A operação deflagrada em todo o país nesta manhã combate a exploração sexual de crianças e adolescentes na internet. Em São Carlos, um analista de sistemas de 45 anos foi preso em casa com mais de 30 vídeos de pornografia infantil em computadores.

Na ação em Casa Branca, os policiais foram até a casa do médico, no Centro, e flagraram o pediatra compartilhando o material.

“Causou até uma surpresa porque é um médico bem conceituado aqui no município. O computador estava ligado e ele estava compartilhando o material, realmente não houve dúvida de que ele estaria nessa situação”, disse o delegado.

A polícia apreendeu um computador, um notebook e vários aparelhos celulares. O médico foi encaminhado para a delegacia para prestar depoimento.

“O delegado que acompanhou a diligência está analisando e verificando as condições de procedência e deve lavrar o flagrante colocando o médico a disposição da Justiça”, disse Noronha.

Delegado de Casa Branca Wanderley Martins — Foto: Marlon Tavoni/EPTV

Delegado de Casa Branca Wanderley Martins — Foto: Marlon Tavoni/EPTV

Compartilhamento há 1 ano e meio

De acordo com o delegado Wanderley Martins, o pediatra confirmou que baixava e compartilhava o material pornográfico há pelo menos 1 ano e meio e disse que não sabia que a prática era criminosa. O médico vai passar por audiência de custódia ainda nesta quinta-feira.

As penas para os crimes investigados variam entre 1 e 8 anos de prisão. Quem armazena material de pornografia infantil tem pena de 1 a 4 anos de prisão. Para quem compartilha, a pena é de 3 a 6 anos de prisão. A punição aumenta para 4 a 8 anos de prisão para quem produz esse tipo de material.

Computadores e aparelhos celulares apreendidos em Casa Branca — Foto: Ary Molinari/ Polícia em Ação

Computadores e aparelhos celulares apreendidos em Casa Branca — Foto: Ary Molinari/ Polícia em Ação

Operação

A ação nacional é coordenada pelo Ministério Extraordinário da Segurança Pública e realizada pelas polícias civis de cada estado.

Entre os crimes identificados na operação, estão o armazenamento, o compartilhamento e a produção de pornografia infantil. As penas variam de 1 a 8 anos de prisão.

A operação é realizada nos 26 estados e no Distrito Federal e envolve 133 cidades. Ao todo, estão sendo cumpridos 266 mandados de busca e apreensão.

Até as 11h30, 106 pessoas haviam sido presas em flagrante em todo o país.Número de presos em operação contra a pornografia infantil já chega a 62GloboNews em Ponto–:–/–:–

Número de presos em operação contra a pornografia infantil já chega a 62

Número de presos em operação contra a pornografia infantil já chega a 62

Investigação

Os alvos foram identificados pela equipe do Laboratório de Inteligência Cibernética da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça, com base em informações coletadas na internet.

O conteúdo foi repassado às Polícias Civis, para apuração das Delegacias de Proteção à Criança e ao Adolescente e de Repressão a Crimes Informáticos. Após a apuração, as delegacias instauraram inquéritos e solicitaram as buscas à Justiça, conforme explicou o coordenador do laboratório de inteligência da Secretaria de Operações Integradas, Alessandro Barreto.

“O Ministério da Justiça acionou os estados e os estados investigaram, as polícias civis estaduais instauraram inquéritos, e solicitaram mandado de busca. No decorrer do cumprimento dos mandados, elas encontram situação de fragrante e conduzem os presos para as delegacias”, explicou.

Para a operação, foram analisados 237 mil arquivos, um volume de 710 GB de dados.