Adolescente quase perde a vida e “troca de pele” depois de usar absorvente

A adolescente inglesa Jessica Read ficou entre a vida e a morte depois de contrair uma bactéria através de um absorvente. Ela acabou esquecendo o objeto dentro do corpo por mais de uma semana e desenvolveu uma doença rara, mas que pode ser mortal, associada a esse produto: a síndrome do choque tóxico.

A jovem contou que os primeiros sintomas foram queda de pressão, dores de cabeça, inchaço na barriga e mal-estar, mas pensou serem consequência do período estressante que estava vivendo na faculdade.

Rapidamente os sintomas começaram a se agravar: Jessica começou a sofrer com desmaios, manchas na pele e dificuldades para falar, e pele das mãos e pés caindo.

“Perder” absorvente interno: como aconteceu?

Como estava sangrando muito, a jovem decidiu introduzir um dedo na vagina para tentar “sentir” o que estava errado: foi quando encontrou o absorvente. Na correria do dia a dia, ela se esqueceu de que estava usando um tampão e colocou outro por cima.

“Se não fosse a cordinha, não daria nem para identificar o que era aquele objeto. Foi horrível, estava completamente preto. Joguei na privada e tive vontade de vomitar”, disse a jovem.

Síndrome do choque tóxico
Os sintomas continuaram piorando, mesmo após a remoção do absorvente. Jessica foi internada em uma UTI e diagnosticada com uma infecção grave, a síndrome do choque tóxico, que poderia ter sido fatal se demorasse mais para ser descoberta.

A doença está relacionada principalmente ao uso prolongado do absorvente interno, que favorece a multiplicação da bactéria Staphylococcus aureus. “A bactéria normalmente já existe no corpo da mulher. No entanto, quando ocorre sua proliferação intensa, são produzidas toxinas em excesso, que causam a síndrome do choque tóxico”, explica a ginecologista Rita Oliveira da Silva, da clínica Rezende (SP).

Sintomas
Os sintomas que Jessica relatou são os mais comuns, mas existem outros, como diarreia, febre alta, confusão mental, tontura, dor de cabeça e dor de garganta. Eles costumam aparecer em pouquíssimo tempo e podem piorar muito rapidamente – em torno de 48 horas o corpo já pode entrar em estado de choque.

Como evitar
O mais importante é nunca passar mais do que quatro horas utilizando o absorvente – o período geralmente é recomendado pelo fabricante na embalagem do produto. Dra. Rita alerta que, se houver suspeita da doença, a mulher deve ser internada imediatamente. “Se a ação não for rápida, há o risco de morte”, afirma. O tratamento é feito com uso de antibióticos por, no mínimo, 10 dias, além de drenagem no foco da infecção.

O caso de Jessica, não é o único, há poucos meses, o caso da modelo americana que precisou amputar a perna direita devido a uma infecção possivelmente causada pelo uso de absorventes internos chamou a atenção das mulheres do mundo todo para a “Síndrome do Choque Tóxico” (SCT).

No entanto, nem toda mulher se sente bem ao usar esse tipo de absorvente. Nesse caso, a melhor opção continuam sendo os absorventes externos.

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