Este sentimento não é raro e, com ajuda especializada, tem solução.
Sem conseguir mais guardar para si a aflição, a professora Renata P. (que autorizou o relato, mas pediu para não ter o sobrenome publicado) desabafou em um grupo fechado de mães no Facebook: “Não me entendam mal, mas detesto ser mãe. Amo meus filhos mais do que tudo, juro por tudo que é mais sagrado, mas não gosto de ser mãe. Detesto ter que lidar com todos os detalhes da vida deles. O mais velho tem 5 anos e a menina tem 2 anos, eles dependem de mim para tudo. Não consigo nunca esquecer que sou mãe, sinto falta de pensar só em mim às vezes, para variar. Será que quando eles crescerem vou gostar mais de ser mãe?”
Apesar de algumas pessoas terem criticado, a maioria dos comentários foi de apoio, e muitos de identificação. As respostas positivas podem ser resumidas em “Estamos juntas, e não tenho coragem de falar aqui em casa”, “Já me achei uma monstra por não gostar de ser mãe, hoje estou conformada” e “É melhor você procurar uma terapia para cuidar disso.”
Em entrevista, Renata contou que decidiu buscar a ajuda de uma psicóloga para lidar com essa confusão interna: “Não tenho nenhum sentimento ruim em relação às crianças, por eles sinto só amor, o maior amor da minha vida. Já entendi, no começo da terapia, que preciso ajustar os papeis que desempenho”.
O encaminhamento a um grupo de apoio tem sido excelente. “Uma vez por semana, encontro outras mães com problemas em relação à maternidade. Não tem nenhuma ‘mãe de Instagram’ com a vida perfeita lá, é tudo vida real. Além de eu saber que não estou sozinha, este acaba sendo o momento para mim que eu tanto queria. Meu marido fica com os dois e está tudo dando muito certo”, comemora.
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