Arthur Lula da Silva, de 7 anos, neto do ex-presidente Lula, morre de meningite bacteriana em SP

Ele deu entrada às 7h11 desta sexta-feira (1º) em hospital de Santo André, no ABC Paulista.

O neto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva Arthur Lula da Silva, de 7 anos, morreu nesta sexta-feira (1º) vítima de meningite meningocócica, em São Paulo.

Arthur deu entrada no Hospital Bartira , em Santo André, no ABC Paulista, às 7h20 desta sexta-feira com “quadro instável” e faleceu às 12h11 “devido ao agravamento do quadro infeccioso de meningite meningocócica, segundo a assessoria da Rede D’Or São Luiz, da qual o hospital faz parte.

A rede não tem informações sobre o velório. A defesa do ex-presidente pediu à Justiça autorização para que ele possa sair da prisão, na sede da PF em Curitiba, para que ele possa comparecer ao enterro de Arthur. A presidente do PT, Gleisi Hoffman, afirmou em sua conta no Twitter que fará de tudo para que Lula se despeça do neto.

“Presidente Lula perdeu seu neto hoje. Que tristeza. Arthur tinha 7 anos e foi vítima de uma meningite. Força presidente, estamos do teu lado, sinta nosso abraço e solidariedade. Faremos de tudo pra que você possa vê-lo. Força a família, aos pais Sandro e Marlene. Dia muito triste”, diz o post.

Em nota, o PT afirmou que “mais uma tragédia pessoal atinge” o ex-presidente e que sua dor é compartilhada com militantes do partido.

“O Partido dos Trabalhadores está solidário com o presidente Lula e sua família, neste momento de dor em que ele perdeu, de forma dramática, o querido neto Arthur, de apenas 7 anos. É mais uma tragédia pessoal que o atinge, em meio à perseguição política e à farsa judicial de que ele é vítima.

A dor de Lula é compartilhada por cada militante do PT e pelos milhões de brasileiros que o reconhecem como o presidente que mais combateu a fome e a mortalidade infantil, com programas sociais, de saúde e geração de renda. O presidente que defendeu a vida e um futuro melhor para nossas crianças.

Lula não merece estar preso, porque provou sua inocência diante de todas as acusações falsas que lhe fizeram. Lula tem o direito de compartilhar com seus familiares, o filho Sandro e a nora Marlene, o luto pela morte do pequeno Arthur.

Muita força, companheiro Lula. Que Deus o abençoe”, diz a nota.

A ex-presidente Dilma Rousseff também comentou a morte em sua conta no Twitter. “Minha imensa solidariedade, a @LulaOficial e sua família, face a imensa dor que se abate, hoje, sobre eles. Meu pesar pelo falecimento de Arthur, neto querido e filho amado, vítima de meningite, aos 7 anos. Uma criança maravilhosa”, diz.

“Meu abraço cheio de força, carinho e afeto a Marlene e ao Sandro. Nessa hora de tragédia e de dor, desejo serenidade e paz à família de Luka para enfrentar tamanha perda #ÉDireitoDeLulaEnterrarONeto”, diz o post.

Meningite

As meninges são as membranas que envolvem todo o sistema nervoso central. A meningite ocorre quando há alguma inflamação desse revestimento, causado por micro-organismos, alergias a medicamentos, câncer e outros agentes.

Os principais sintomas da meningite são dor de cabeça, febre e confusão mental. Nem sempre há rigidez na nuca, e o teste não pode ser feito por um leigo apenas ao baixar a cabeça – só um médico pode avaliar o quadro corretamente.

O diagnóstico “padrão ouro” ocorre pelo exame do líquor, líquido que banha o sistema nervoso. A cor do líquor já indica se a meningite é por bactéria ou vírus.

A meningite é transmitida quando pequenas gotas de saliva da pessoa infectada entram em contato com as mucosas do nariz ou da boca de um indivíduo saudável. Pode ser por meio de tosse, espirro ou pelo contato com barras de apoio dos ônibus, por exemplo. Por isso, ambientes com muita gente e pouca circulação de ar são ideais para o contágio, e a doença costuma se espalhar muito no inverno. Lave bem as folhas das verduras e mantenha as mãos sempre limpas.

Lula e o neto Arthur — Foto: Reprodução/Facebook

Lula e o neto Arthur — Foto: Reprodução/Facebook

Irmão

Vavá, irmão de Lula, morreu em 29 de janeiro e a juíza responsável pela execução da pena do ex-presidente, Carolina Lebbos, negou pedido para ele sair da prisão. Os advogados recorreram ao Tribunal Regional da 4ª Região (TRF-4), mas o desembargador Leandro Paulsen manteve a sentença. A defesa então foi ao Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a saída.

No pedido apresentado à Suprema Corte, a defesa argumentou que a Lei de Execução Penal prevê o “direito humanitário” de o ex-presidente comparecer ao velório.

Segundo a norma, os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os presos provisórios podem obter permissão para sair da cadeia, desde que escoltados, quando há o falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão.

“Não é possível tornar os direitos dos cidadãos brasileiros letra morta diante de considerações consequencialistas, ancoradas sobre os argumentos burocráticos da reserva do possível ou da preservação da ordem pública, especialmente quando tais questões podem ser facilmente solucionadas”, disse a defesa no documento.

Os advogados do ex-presidente ainda argumentaram que mesmo preso durante a ditadura militar, em 1980, Lula teve autorização para comparecer ao velório da mãe, Eurídice Ferreira Mello, a Dona Lindu.

A defesa de Lula conseguiu no Supremo Tribunal Federal (STF) a autorização para que o ex-presidente se encontrasse com familiares em São Bernardo.

A decisão de liberar Lula para ir à cidade do ABC foi proferida pelo presidente da Corte, Dias Toffoli, de plantão no recesso do Judiciário. Ela saiu pouco antes de o corpo de Vavá ser sepultado, e Lula não foi ao enterro.