Homem armado faz reféns em ônibus na Ponte Rio-Niterói

Ainda não se sabe qual é a motivação do criminoso, que ameaça colocar fogo no veículo. A PM afirmou às 8h que havia 16 pessoas reféns; seis já foram soltas.

Um homem armado e com gasolina faz reféns dentro de um ônibus desde as 5h25 desta terça-feira (20). Desde as 6h, o coletivo está parado na Ponte Rio-Niterói.

Às 8h21, havia 16 pessoas reféns, segundo a PM. Seis já foram soltas.

O trânsito para o Rio está fechado desde as 6h. Às 7h20, também foi interditada a pista oposta.

Não se sabe a motivação do sequestrador, mas a PM considera que a ação foi premeditada. Ele afirma ter um revólver, uma pistola de choque e o combustível.

Resumo

  • O sequestro foi anunciado às 5h26; pouco antes das 6h, o ônibus foi atravessado na pista sentido Rio da Ponte;
  • O criminoso está armado e ameaça incendiar o veículo;
  • Seis pessoas foram liberadas, quatro mulheres – uma delas desmaiada – e dois homens;
  • A PM afirma que 22 pessoas estavam a bordo;
  • O ônibus, da Viação Galo Branco, faz a linha 2520 (Jardim de Alcântara-Estácio).

“Temos um homem que se identificou como policial militar. Ele está ameaçando jogar gasolina no ônibus, colocando os passageiros em perigo. Estamos em negociação com ele para liberar mais reféns, não sabemos qual o real propósito dele”, explicou Sheila Sena, porta-voz da PRF.

Sequestrador parece desorientado

“Nossa principal missão é tirar os reféns de dentro do veículo e retomar as nossas vidas”, destacou Fliess.

Fliess afirmou também que a PM analisa a hipótese de o sequestro do veículo ter sido premeditado. Segundo informações dos policiais militares que estão no local, o homem parece desorientado.

O criminoso se identificou como PM, mas a informação ainda não foi confirmada.

Esta linha sai do Jardim Alcântara, em São Gonçalo, na Região Metropolitana, e vai até o Estácio, na região central do Rio. Ela é a única linha que cobre os bairros do Rocha, Columbandê, Lindo Parque e Galo Branco em direção ao Rio.

Mulher de refém relata drama

A esposa de um dos reféns contou ao vivo no Bom Dia Rio que o marido lhe avisou do sequestro.

“Sempre roubam carteira e celular, mas esse tipo de coisa nunca aconteceu”, destacou Eliziane Terra.

“Ele saiu para trabalhar 4h30. Quando foi por volta de 5h26 ele me mandou uma mensagem dizendo que o ônibus estava sendo sequestrado, ‘estamos indo para a ponte’. A princípio eu pensei que era um assalto. Eu levantei, acordei o meu filho e disse: ‘seu pai está sendo assaltado’”, revelou.

(Continua após a foto)

Linha do tempo

  • Às 6h19, a primeira refém foi liberada.
  • Às 6h31, um homem com uma máscara jogou algo pegando fogo para fora.
  • Às 6h38, a segunda passageira foi liberada do veículo. Mais cedo, outra mulher havia saído do veículo.
  • Às 6h53, negociadores do Batalhão de Operações Especiais (Bope) chegaram ao local para ajudar no diálogo com o sequestrador do ônibus, segundo informações de Mauro Fliess, porta-voz da Polícia Militar.
  • Às 7h04, um homem saiu de dentro do veículo e chegou a ser revistado.
  • Às 7h20, a terceira mulher foi solta.
  • Às 7h45, o suposto sequestrador desceu do ônibus, disse algo aos negociadores e voltou ao coletivo.
  • Às 7h50, o Batalhão de Operações Especiais assumiu as negociações.
  • Às 7h58, um segundo homem foi libertado.
  • Às 8h06, o sequestrador jogou uma caixa para fora do ônibus.
  • Às 8h20, a quarta mulher foi liberada. Ela estava desmaiada.
  • Às 8h30, uma reversível foi montada para quem estava preso na Ponte pudesse retornar.

Aumento no número de roubos

O número de assaltos a ônibus cresceu 21,6% no Estado do Rio de Janeiro. Do início ano a abril, houve mais de 5,8 mil casos. Em média, o resultado significa um assalto a cada 30 minutos.

No Município do Rio, foram mais de 3,8 mil roubos em ônibus no período, um aumento de 40% em comparação aos quatro primeiros meses de 2018.

No Centro da cidade, na área coberta pela delegacia da Rua Mem de Sá, o número subiu de 32, de janeiro a abril do ano passado, para 161, no mesmo período deste ano, o que representa um aumento de 400% nas ocorrências.

Na área da Praça Mauá, o aumento foi de mais de 300% no mesmo período. E na região da Penha, na Zona Norte do Rio, de 250%.