Mãe de bebê baleado na cabeça, ainda dentro do útero, recebe alta do hospital

Arthur também foi atingido no útero da mãe

Claudinéia dos Santos Melo, de 29 anos, estava com 39 semanas de gravidez quando foi atingida por um tiro na Favela do Lixão, em Duque de Caxias. Ela teve que ser submetida a uma cesariana de emergência no Hospital Municipal Dr. Moacyr do Carmo, no mesmo município da Baixada. Como a unidade não tinha UTI neonatal, Arthur foi transferido em estado grave para o Hospital Estadual Adão Pereira Nunes.

Claudinéia dos Santos Melo, a mulher baleada com o filho ainda no útero, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, recebeu alta médica no fim da manhã desta quinta-feira (6). Por volta das 12h45, ela deixou o Hospital Moacir do Carmo, acompanhada de familiares.

O bebê Artur permanece internado em estado gravíssimo no hospital Adão Pereira Nunes, o hospital de Saracuruna, em Caxias. “Não consigo nem explicar”, disse Claudinéia sobre a situação do filho recém-nascido. Questionada sobre o que mais queria fazer, respondeu: “Tocá-lo”.

A mulher estava grávida de nove meses quando foi atingida por uma bala perdida na Favela do Lixão. A criança nasceu após uma cesariana de emergência.

O disparo, que deixou o bebê paraplégico, também arrancou um pedaço da orelha dele e criou um coágulo na cabeça. O tiro atravessou o quadril da mãe e atingiu a criança – perfurando os pulmões e provocando uma lesão na coluna. O bebê, no entanto, pode recuperar os movimentos.

“Não temos como medir a capacidade de evolução desta criança no momento. Devemos agora manter o suporte à vida e aguardar. Quanto à paraplegia, é um quadro que pode até se reverter, caso não haja lesão medular”, explicou o neurologista Eduardo França.

“Nesse momento, trata-se de uma criança muito grave, com ventilação mecânica, o que tem que fazer é o suporte à vida. A gente não pode mensurar a capacidade de uma criança em evoluir”, acrescentou o médico.