A mulher suspeita de abandonar um bebê recém-nascido na lixeira de um banheiro da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) em Jaboticabal (SP) disse à Polícia Civil que está arrependida. Segundo a delegada Andrea Fogaça, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), a mulher chorou durante todo o depoimento prestado nesta segunda-feira (4) no hospital onde está internada e afirmou que agiu por desespero.
A criança, uma menina que nasceu pesando 2,7 quilos, foi achada morta por uma funcionária da limpeza na noite de domingo (3). Segundo a Polícia Militar, ela estava enrolada em um saco e tinha pedaços de papel na boca.
De acordo com delegado Claudio Ottoboni, o médico legista informou que a criança nasceu viva, mas que foi constatada anóxia, que é a falta de oxigenação. “Foram encontrados resíduos de papel toalha nas vias aéreas, na boca e narinas”, afirma.
A delegada aguarda o laudo do Instituto Médido legal (IML) para determinar se a mãe responderá ou não por infanticídio.
Bebê recém-nascido foi encontrado dentro de lixeira no banheiro da UPA em Jaboticabal, SP
Bebê achada morta
Em depoimento, a mulher admitiu ter deixado a menina no banheiro logo após o nascimento, mas afirmou que não tinha conhecimento sobre a gravidez. Ela contou que buscou atendimento na UPA porque começou a sentir fortes dores abdominais e que após dar à luz, enrolou o bebê e o jogou no lixo.
“Ela falou que colocou um papel na boca da criança. Falou que estava nervosa e acabou enrolando a criança num papel que estava em cima da maca e colocou um pouco de papel na boca dessa criança. Mas, ela não explicou outros motivos.”
De acordo com o médico da UPA Leonardo Ferreira Sousa, a suspeita chegou à unidade por volta das 23h de domingo e se queixou de dores provocadas por cólica menstrual. Ela recebeu atendimento, mas não mencionou que estava grávida.
“Em nenhum momento ela falou que houve algum atraso menstrual ou uma gestação. Foram prescritos analgésicos e ela foi encaminhada para a medicação.”
Antes de ser medicada, no entanto, a paciente pediu para usar o banheiro e se trancou nele por cerca de 20 minutos. De acordo com o médico, após sair do cômodo, a mulher retornou à fila da medicação. Instantes depois, a faxineira comunicou sobre a criança no lixo.
Segundo Andrea, a suspeita demonstrou arrependimento e disse que agiu sem pensar porque não sabia o que fazer após o nascimento da criança. Ouvidos pela delegada, os parentes demonstraram surpresa ao tomar conhecimento da gravidez e ficaram abalados com as circunstâncias da morte da menina.
O marido não quis gravar entrevista, mas, segundo a delegada, também negou conhecimento sobre a gestação.
Leia também:
Pai recuperou na Justiça a guarda da filha de 6 anos – e a matou com golpes na cabeça
Comentários estão fechados.