Mamadeira de bebê morto em creche do DF tinha paracetamol, diz polícia

 

Laudo pericial indica presença do remédio; bebê morreu em julho após passar mal em creche do Riacho Fundo I. Familiares dizem que criança estava ‘bem de saúde

 

Peritos da Polícia Civil encontraram paracetamol na mamadeira da criança de cinco meses que morreu no Distrito Federal em julho, após passar mal em uma creche do Riacho Fundo I. Apesar de a investigação ainda não ter sido concluída, a informação do laudo pericial foi confirmada nesta segunda-feira (23) à TV Globo.

A menina morreu no dia 13 de julho, pouco tempo depois de a mãe retornar do período de licença maternidade. Era o segundo dia da criança na creche. A advogada do estabelecimento, Fernanda Almeida, afirma que a bebê “chegou dopada à escola”.

“Ela já chegou dormindo, dopada, em estado muito débil. As monitoras não desconfiaram a princípio de que poderia ser algum fator medicamentoso, elas pensaram assim ‘ah, uma criança de 5 meses, ela não tem uma rotina’.”


De acordo com a advogada, durante o período em que permaneceu na creche, a menina também não se alimentou. “A criança não se engasgou, ela simplesmente dormiu o tempo todo até o infortúnio”, afirma.

Ainda segundo as investigações, durante o primeiro depoimento à polícia, o pai da menina não teria citado o uso de remédio pela criança. Ele será chamado novamente para depor. À TV Globo, familiares disseram que a criança estava “muito bem de saúde”. O resultado do exame toxicológico ainda não foi divulgado.

Segundo uma amiga da família, que pediu para não ter o nome divulgado, a criança chegou a ser levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Núcleo Bandeirante, mas não resistiu.
Em entrevista ao G1, ela contou que o pai da menina recebeu uma ligação da creche, por volta das 15h30 do mesmo dia, informando que a criança teria sido encaminhada para um quartel do Corpo de Bombeiros.

“Eles disseram que encontraram a neném no berço sem respirar, com a coloração roxa, e que a levaram imediatamente aos bombeiros.”

Quando a mãe da bebê chegou à UPA, recebeu a informação de que a criança estava na sala vermelha e que os médicos tentavam reanimá-la.

“Passaram uns 40 minutos. Tinha carro e até helicóptero dos bombeiros lá. Às 17h, recebemos a notícia”, disse a amiga da família.


De acordo com a testemunha, a menina não tinha problemas de saúde: “Era extremamente saudável”. Na época a Secretaria de Educação do DF se posicionou por meio de nota e afirmou que a instituição não é credenciada pela pasta.
A criança foi enterrada dois dias depois do falecimento, no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul.

 

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