Um parto inusitado marcou a vida do casal paulista Priscilla Bomfim e Vitor Neves. Na noite de sexta-feira, por causa de contrações leves e muita dor, ela pediu para que o marido a acompanhar ao Hospital e Maternidade Sepaco, em São Paulo, para uma avaliação médica e um exame de toque. Após todos os testes, a médica concluiu que a moça ainda não estava em trabalho de parto, mas que, em breve, a bolsa poderia estourar. A equipe médica recomendou, então, que eles voltassem para casa.
Tendo em vista a grande distância do hospital até a residência do casal, a doula Isabela Colaço sugeriu que eles ficassem hospedados em um hotel próximo ao hospital para, em caso de emergência, facilitar o retorno ao local.Continua depois da publicidade
Em um cenário de muita chuva e trânsito congestionado, o casal, que estava próximo à rua Ricardo Jafet, famosa pela quantidade de motéis na capital paulista, decidiu se hospedar no Motel Prestige, assim poderiam chegar mais rápido ao hospital.
“Demos entrada no motel, mas, na recepção, equivocadamente, eu disse que minha esposa estava em trabalho de parto e que precisávamos de uma banheira para minha esposa relaxar. A recepcionista se assustou! Eu corrigi e disse que iríamos apenas descansar, pois precisávamos evitar ir para casa, para não correr risco de enfrentar o trânsito de São Paulo”, contou Vitor Neves.
Até então, Priscila e Vitor pretendiam voltar ao hospital de manhã , para refazer os exames. Porém, na madrugada, o intervalo entre contrações diminuiu e as dores aumentaram. Por volta de 5h30, eles entraram em contato com a obstetriz Mika Kano, com a enfermeira obstetra Ana Missio e a com doula Isabela Colaço que auxiliaram o casal pelas próximas horas.
Vitor conta que as contrações aumentaram e que, por isso, ligou para a equipe médica, que sugeriu que eles fossem ao hospital, e para a doula ,que imediatamente foi ao local prestar socorro. Para a recepção do motel, foi dito que o casal esperava “uma massagista para ajudar Priscilla a relaxar um pouco”.
Antes da chegada de Isabela, Priscilla começou a passar mal e, em seguida, a bolsa estourou. Quando ela estava tomando banho para ir ao hospital, desesperada, percebeu que havia muito sangue no chão. Ela seguiu, então, conselhos da obstetra Mika Kano e realizou, em si mesma, exame de toque. Assim, pôde sentir a cabeça do neném superficialmente.
Nesse momento, Priscilla já estava em trabalho de parto e, por causa da distância, a doula ainda não havia chegado no motel. Logo depois, Vitor ligou novamente para equipe médica por videochamada e, assim, recebeu auxílio para ajudar a mulher durante o trabalho de parto emergencial.
Cerca de 10 minutos depois, Chloe nasceu sob os cuidados do pai e com assistência médica por telefone.
Pouco depois de a criança nascer, a equipe médica e a doula chegaram ao local e prestaram os cuidados necessários para a recém-nascida.
Em seguida, o casal foi fechar a conta do motel e, por causa da presença das médicas e da sujeira resultante do parto normal, teve que pagar um alto valor extra.
“Esperávamos pagar, no máximo, R$ 500 no total, mas, na hora que vimos o valor, percebemos eles nos cobraram R$ 867 a mais pela entrada da equipe médica no nosso quarto e pela higienização do ambiente”, contou Priscilla Bomfim.
Vitor ressaltou ainda “o apoio de toda a equipe e de nossa doula foi impecável, pois puderam nos dar toda a assistência e atenção necessária, para nos acalmar, nos momentos mais difíceis de nosso parto”.