Entenda o que acontece com o corpo da gestante em cada uma das opções.
A vantagem de um parto com a anestesia é clara: a partir do momento em que recebe a medicação, a mulher não sente dor. “No parto normal aplicamos doses baixas dos anestésicos, assim o desconforto é retirado, mas a mulher mantém a mobilidade das pernas. Por isso não chega a ser uma anestesia, mas sim uma analgesia”, explica o anestesista Oscar César Pires, diretor do Departamento Científico da Sociedade Brasileira de Anestesiologia.
Porém, também há desvantagens no uso da anestesia durante o nascimento do bebê. “Estudos mostram que o parto com a anestesia acaba sendo um pouco mais lento, o que faz com que haja necessidade de mais intervenções”, conta o obstetra Marcos Nakamura, do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). Estas interferências são: o uso da ocitocina sintética, que acelera o trabalho de parto e, caso seja utilizada de uma forma inadequada, há o risco de ocorrerem complicações, maior chance de o médico ter que romper a bolsa e o uso de fórceps ou vácuo extrator para a retirada do bebê.
A dor permite com que a mulher escolha a posição na qual se sente mais confortável para o parto. “A anestesia ainda bloqueia o empuxo, que é a vontade de fazer força”, afirma a ginecologista e obstetra, Telma Mariotto Zakka, coordenadora do Comitê de Dor Urogenital da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor. Desta forma, a mulher depende de seu obstetra para lhe dizer o momento certo para empurrar.
Além das questões médicas, a doula Fadynha (Maria de Lourdes da Silva Teixeira), presidente da Associação Nacional de Doulas e professora do Instituto Aurora, destaca outras vantagens de um parto sem anestesia. “A mulher terá uma memória fantástica sobre tudo o que sentiu, se sentirá plena, inteira, é algo fortalecedor, mesmo que tenha momentos de dor e desânimo”, afirma.
Vale lembrar, que há casos nos quais a mulher realmente necessita de um anestésico. “Cada pessoa sente a dor de um jeito e tem seus próprios sentimentos e temores. Qualquer tipo de parto é correto desde que ele seja recomendado pelo obstetra”, esclarece Zakka.
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