Selfie da cesárea: nova onda coloca mães em risco

Profissionais da saúde britânicos estão preocupados com uma nova tendência. Agora, as “recém-mães” estão arrancando seus curativos para fotografar e compartilhar as imagens de suas cicatrizes nas redes sociais.

As parteiras dos Hull University Hospitals, no Reino Unido, disseram estar preocupadas com uma nova tendência entre as “recém-mães”. Em relato ao Daily Mail, elas disseram que um número crescente de mulheres está arrancando seus curativos para fotografar e comparar as cicatrizes das cesáreas na internet. Segundo elas, curativos só devem ser retirados com orientação médica. Mexer na cicatriz pode aumentar o risco de infecção e levar, até mesmo, à sespse — uma complicação potencialmente fatal de uma infecção —, colocando suas vidas em risco.

“Estamos cada vez mais preocupadas com o número de mulheres que estão removendo seus curativos para que possam tirar fotos e postá-las no Facebook”, disse a coordenadora do grupo Hey Baby, Melanie Lee. “As mulheres que acabaram de dar à luz e aquelas que acabaram de fazer uma cirurgia, já correm maior risco de desenvolver infecção. Portanto, é essencial que as feridas permaneçam cobertas até que um profissional de saúde diga que os curativos podem ser removidos com segurança”, completa.

Melanie alerta que cerca de 250 mil pessoas no Reino Unido sofrem com sépsis todos os anos e cerca de uma em cada cinco morrem. O risco é ainda maior para pessoas com o sistema imunológico enfraquecido — incluindo mães que dão à luz por cesariana. “Estamos compartilhando cada vez mais nas redes sociais e, às vezes, as pessoas postam essas imagens em suas páginas porque querem saber se sua ferida é normal. Mas elas precisam perceber que aumentam os riscos”, alerta.

Os sintomas da sepse incluem sensação de frio ou calor excessivo, cansaço, febre, falta de ar, vômitos e pele azulada ou malhada. Em caso de suspeita, procure ajuda médica imediatamente. Além disso, qualquer mulher que esteja preocupada com a cicatriz, deve conversar com o seu médico. 

Todos os anos, cerca de um quarto dos nascimentos no Reino Unido são feitos por cesariana — o que corresponde a mais de 150 mil. Lá, além de ser feita em caso de emergência, a cesárea também é uma escolha das mães.