Ser mãe após os 35 anos: quais os riscos e benefícios?

Embora vá contra o relógio biológico, a maternidade tardia traz mais segurança à mulher. Hoje são comuns as mamães de primeira viagem com mais de 35 anos. Nessa faixa etária, muitas mulheres se encontram em uma situação mais estável e sentem mais segurança na hora de educar o bebê. Mas o que muita gente não sabe é que há muitas vantagens em ter filhos nessa fase da vida, desde a sexualidade da mãe até a diminuição do risco de depressão pós-parto.

Conheça os riscos:

Mas, afinal, quais são os riscos da gravidez após os 35 anos? O principal é o envelhecimento dos óvulos. A mulher já nasce com todas as células no ovário. Só que com o tempo, elas envelhecem. Consequentemente, há um aumento progressivo de embriões que se formam com alterações genéticas, como síndrome de Down.

Outro fator que pode prejudicar a gestação é a maior chance de desenvolver diabetes e hipertensão – que podem ocasionar o parto prematuro. “Há riscos, mas são controláveis. A gravidez representa uma sobrecarga – hormonal, de peso, de energia – ao organismo e exige que o sistema biológico se adapte”, afirma o obstetra Emerson Cordts, especialista em reprodução assistida do Hospital São Luiz (SP). Na juventude, a capacidade de tolerar essa sobrecarga é maior. O médico explica que uma vida saudável pode evitar o aparecimento desses problemas, mesmo na idade avançada. Manter uma alimentação correta, praticar exercícios físicos liberados pelo médico, não fumar nem tomar bebida alcóolica são importantes para uma gestação tranquila.

Quando a gravidez é resultado de fertilização assistida, as normas do procedimento devem ser respeitadas: em mulheres acima de 35 anos, só podem ser implantados até 3 embriões, e após os 40 anos, até 4. “O ideal seria que fosse introduzido só um, apesar de as chances de dar certo reduzirem. Assim, seria evitada a gestação de múltiplos. Uma sobrecarga dobrada, no caso de gêmeos, aumenta o risco de nascimento prematuro”, alerta o especialista. Apesar de o tratamento ser caro e o casal estar ansioso para a chegada de uma criança, não é recomendado que pressione o médico para a implantação de mais embriões.

Cuidados fundamentais
Se a gravidez for planejada, é essencial marcar uma consulta com o ginecologista para fazer exames clínicos e laboratoriais. O médico precisa investigar o nível do TSH, hormônio produzido pela tireoide, que será responsável pela formação neurológica do feto. O envelhecimento aumenta o risco de hipotireoidismo – ou seja, da menor produção dessa substância. Se o exame detectar o problema, é necessário fazer reposição hormonal, evitando que a mulher ganhe peso em excesso ou sofra aborto.

Outro cuidado a ser tomado antes de engravidar é a ingestão de ácido fólico, nutriente que previne a malformação do tubo neural (medula) do feto. Ele está presente nas folhas verdes, mas é comum ser receitado em forma de suplemento pelos obstetras.

Quando a mãe tem mais de 35 anos, só pode ter parto normal se não apresentar diabetes e hipertensão. Caso faça atividade física e tenha o preparo pélvico adequado, pode conseguir dar à luz dessa forma.

Conheça os benefícios 

1. Mais paciência

Mamães mais velhas tendem a investir mais na educação dos filhos e ainda têm mais experiência e sabedoria para compartilhar com eles. Além disso, terão mais oportunidades para levar os filhos na escola, participar de reuniões escolares e ainda costumam ter mais paciência com as crianças.

2. Mais maturidade

Os benefícios não são uma exclusividade das mamães, não. Com o passar do tempo, os papais também tendem a ter uma melhor situação financeira. Isso se reflete na segurança que ele vai oferecer ao bebê.

3. Maior disponibilidade para a criança

Quanto mais velhos forem os pais, mais presentes estarão na vida dos filhos, pois já deram conta de suas prioridades e podem planejar melhor o futuro da criança. Com mais de 35 anos, o casal está maduro e tem uma relação equilibrada – o que é ótimo para a educação das crianças. Sem contar a disponibilidade de tempo: aos 20 anos, parece que o mundo está correndo lá fora. Essa sensação não aflige as mulheres mais maduras com tanta intensidade.

4. Risco de depressão pós-parto diminui

A maior incidência de depressão pós-parto ocorre nas mães que têm entre 15 e 24 anos. Com mais de 35 anos, a gestação tende a ser planejada, o que diminui a chance de depressão pós-parto.

5. Gravidez tranquila

Alterações hormonais em gestantes fazem com que as emoções oscilem bastante. Porém, em mulheres mais velhas, a proporção que esses sentimentos tomam é menor graças à maior experiência de vida. A oscilação de emoções sempre ocorre na gravidez, tanto nas mães mais jovens como nas mais velhas, mas o que muda é a maneira de lidar com elas.

6. Saúde em dia

Quando a mulher tem mais de 35 anos, o risco de desenvolver diabetes, hipertensão arterial na gestação e ter um parto prematuro são maiores. Graças a isso, gestantes mais maduras costumam fazer um acompanhamento mais rigoroso nessa fase e tomam mais cuidados com a saúde do que as mamães mais novinhas.

7. Melhor relação com o corpo

Mulheres mais experientes também lidam melhor com as mudanças que ocorrem no corpo – o que faz bem até para a sexualidade delas. A relação da mulher com o seu corpo se torna mais consciente, impedindo que as alterações causem impacto na vida sexual e na interação com o parceiro.