Surto – mãe joga filha do 5 andar, põe fogo no apartamento e se atira

São Paulo — Uma mulher supostamente jogou a filha de três anos pela janela do quinto andar de um prédio na região do Jaguaré, na zona oeste de São Paulo, e se atirou em seguida, no início da madrugada desta sexta-feira.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, ambas as vítimas foram encaminhadas ainda com vida para o Hospital das Clínicas, por volta das 2h50. Segundo a unidade médica, o estado de saúde da criança é estável e a mãe teve múltiplas fraturas, com quadro grave.

O crime ocorreu em um edifício na Avenida Corifeu de Azevedo Marques. De acordo com a Polícia Civil, a mãe, Fernanda Fernandes Garcia, de 29 anos, cortou a tela de proteção da janela e por volta de 0h20 e atirou a filha enrolada em lençóis.

Segundo a polícia, a menina estava dormindo quando foi arremessada pela janela em cima do para-brisa de um veículo que estava na garagem do prédio.

Depois de ter jogado a filha, a mulher passou cerca de uma hora trancada no próprio apartamento e ateou fogo às cortinas. Ela não respondeu à tentativa de negociação dos bombeiros ou dos policiais militares, e se jogou.

A mulher suspeita de ter jogado a filha de três anos pela janela do quinto andar do prédio onde moravam no Jaguaré, Zona Oeste de São Paulo, perguntou para os bombeiros se a criança havia se ferido, antes de pular também.

“E ela teve traumatismo?”, perguntou a mulher à equipe, que realizava uma tensa negociação para que ela se rendesse. “Não teve, filha. Olha que coisa boa! Ela caiu sobre um carro e não se machucou”, tranquilizaram.



Como foi

À 00h30 desta sexta-feira, a Polícia Militar (PM) recebeu o chamado para atender a ocorrência da queda de uma criança de três anos do quinto andar de um prédio na Avenida Corifeu de Azevedo Marques.

A menina sobreviveu, pois caiu sobre um carro, que entrava no edifício, amortecendo a queda. A PM informou ainda, que a menina estava dormindo no momento da queda, e não se lembra de nada.

A negociação entre os bombeiros e a mulher de 29 anos para que ela se entregasse durou cerca de duas horas. Depois que ela pulou, também sobreviveu e foi indiciada por tentativa de homicídio. Ambas recebem cuidados no Hospital das Clínicas – a menina passa bem, mas a mulher está em estado grave.

O capitão Marcos Palumbo, do Corpo de Bombeiros, deu mais detalhes sobre a operação no apartamento. Ele disse que a equipe arrombou a porta porque a mulher abriu a válvula de gás, antes de botar fogo na cortina, e havia o risco de explosão.

Palumbo também disse que em nenhum momento a mãe foi tratada como criminosa, mas como uma pessoa que estava em surto psicótico e precisava de atendimento médico.

Caso Nardoni

O episódio lembra um crime que chocou o País: o assassinato de Isabella Nardoni, em 29 de março de 2008. O júri entendeu que os autores do crime foram o pai, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá, condenados a 30 e 26 anos.

Alexandre, pai da criança, foi condenado a 30 anos e dois meses de prisão, enquanto a madrasta Ana Carolina recebeu pena de 26 anos e oito meses. Os dois estão presos em penitenciárias de Tremembé, no interior paulista.

Em maio, Alexandre foi transferido para o regime semiaberto. Ele deixou sua cela na ala do regime fechado e foi levado para as dependências mais amplas do semiaberto na mesma penitenciária.

Anna Carolina Jatobá, condenada pelo mesmo crime, já é beneficiária das saídas temporárias desde 2017 e, no dia 7 de março, saiu da prisão para passar em casa o Dia das Mães.