Tumor ‘gigante’ deforma rosto de bebê e mãe luta por cirurgia em SP

Uma família de Registro, no interior de São Paulo, está correndo contra o tempo para resolver um grave problema de saúde que atingiu a pequena Lívia, de apenas um ano. Um grande tumor surgiu no pescoço da criança, que foi diagnosticada com ‘higroma cístico’, uma doença rara caracterizada pela formação de uma massa benigna. A menina precisa, com urgência, fazer a cirurgia para resolver o problema. A família, porém, tem encontrado dificuldades.

Tatiane Alves Muniz, mãe de Livia, conta que a filha nasceu no Hospital São João, em Registro, com uma má formação no maxilar. O pediatra, na época, disse que o inchaço passaria com o decorrer dos dias, porém, não foi isso que aconteceu. “Assim que ela completou um ano, aquilo começou a inchar e cresceu. Levei ela na UPA de Registro, falaram que era caxumba, mandaram tomar um anti-inflamatório e voltar depois. Eu não estava mais aguentando ver o inchaço. Eles me encaminharam para o Hospital São João, onde descobriram a doença”, conta a mãe.

Livia foi diagnosticada com higroma cístico ou linfangioma, que é uma má-formação congênita rara do sistema linfático e localiza-se preferencialmente na região cervical e na face. O tratamento pode ser cirúrgico ou com a escleroterapia, onde são injetados medicamentos para que haja a redução total ou parcial do tumor. O tratamento irá depender da gravidade e do quadro do bebê.

Em janeiro, Livia foi levada para o Hospital São Paulo, na capital paulista. Segundo os médicos, o mais indicado seria fazer a cirurgia para retirar o tumor, mas a menina ainda precisa passar por muitos exames para os especialistas descobrirem se a bebê corre riscos. Para aliviar as dores de Lívia, os médicos têm feito drenagens na região do pescoço.

“Conseguimos fazer uma drenagem no Hospital São João [em Registro]. Ela ficou internada por três dias. Nesta segunda-feira (19), ela ficou internada no ambulatório pediátrico do Hospital São Paulo [em São Paulo] e tiraram mais um pouco do líquido. Ela voltou doente, com diarreia, não come e só toma água”, conta a mãe.

Segundo Tatiane, não há previsão para a cirurgia ser realizada. “Eles dizem que ela precisa fazer muitos exames porque é uma cirurgia delicada, entre a cabeça e o pescoço. O problema é que aqui em Registro não tem cirurgião pediátrico e ela também teria que fazer várias sessões de fisioterapia, em São Paulo, depois da cirurgia”, explica.

Tatiane cria sozinha as duas filhas, Natalie, de 5 anos, e Lívia. Ela teve que parar de trabalhar depois que Lívia nasceu, já que não tem ninguém que possa cuidar das crianças. Ela e as filhas vivem de doações e do valor de R$ 160 que Tatiane ganha do Bolsa Família. “Estou conseguindo me manter com doações de comida, de leite. Minha família também não tem condições. O pai dela [Lívia] está preso e o da minha filha mais velha [Natalie] sumiu. O remédio eu consigo pegar no posto”, disse.

Ela ainda não sabe como fará para que a filha Lívia possa realizar a cirurgia. “Não vejo a hora disso acabar. Tenho fé em Deus que vai passar. Ela [Livia reclama de dor e eu não posso fazer nada. A única coisa que eu posso fazer é dar o remédio. Agora, passaram novos remédios e acho que terei que comprar”, lamenta.

Em nota, a Prefeitura de Registro disse que a paciente passou pela UPA de Registro em agosto de 2017 e foi encaminhada para o Hospital São João, onde ocorreu o diagnóstico. O município agendou consulta com um dermatologista na Santa Casa de São Paulo em outubro de 2017 e ela foi encaminhada para uma nova consulta no setor de cirurgia de cabeça e pescoço marcada para o dia 26 de janeiro. Conforme já apurado pela reportagem, na segunda-feira, ela foi atendida no ambulatório pediátrico do Hospital São Paulo e tem retorno agendado para o dia 16 de março.

A Prefeitura de Registro diz ainda que o município tem realizado os agendamentos e providenciado o transporte para as consultas com especialistas em São Paulo. A decisão sobre cirurgia cabe aos médicos que acompanham o caso.

 

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