Um verdadeiro milagre da medicina

A história de Frankielen Zampoli, que comoveu Curitiba, teve um final feliz
O gêmeos de Frankielen Zampoli, que foi mantida viva com morte cerebral por mais de 100 dias para dar à luz, receberam alta do hospital após 99 dias internados.

A mãe dos gêmeos Anna Vitória e Asaph tinha 21 anos e estava grávida quando sofreu uma hemorragia cerebral, que se agravou e acarretou na morte cerebral da jovem. Para salvar os bebês, a família de Frankielen e os médicos do Hospital Nossa Senhora do Rocio, de Campo Largo, em Curitiba, resolveram deixá-la viva até o nascimento dos gêmeos. A tentativa para salvar os bebês deu certo, e eles nasceram no dia 19 de fevereiro, aos 7 meses.

Frankielen tinha 21 anos e estava no segundo mês de gestação quando teve morte cerebral. Foto: G1

Com Frankielen mantida viva através dos aparelhos, os grandes responsáveis pelo desenvolvimento dos gêmeos foi a equipe médica do Hospital do Rocio, que criou uma série de tratamentos para que os embriões pudessem chegar ao último trimestre da gestação. Cerca de 50 profissionais estavam envolvidos na história dos gêmeos.

O grande desafio da equipe do hospital era fazer com que os bebês sentissem o afeto da mãe, que não era capaz de responder aos estímulos. Para suprir o carinho que Frankielen não podia dar, a família e os enfermeiros acariciavam a barriga, conversavam e até faziam canções para estimulá-los.

“Nós trouxemos canções para as crianças: canções de crianças, canções improvisadas, canções que nós fizemos exclusivamente para elas. A UTI ficou cheia de músicas de amor e afeto”, disse Érika Checan, integrante da equipe médica Hospital do Rocio.

“Enfermeiros, médicos, fisioterapeutas, nutricionistas. A Frankielen foi envolvendo todo mundo. Com certeza, o trabalho, a dedicação e a estrutura foram preponderantes para que tudo desse certo. É uma satisfação, um sonho realizado que está totalmente ao alcance de qualquer hospital e de qualquer pessoa que esteja nesta situação. Gratificante”, revelou o médico Luiz Ernesto Wendler, responsável pela equipe médica que cuidou de Frankielen.

“O propósito da Frankielen era gerar estas crianças, e ela conseguiu. Além disso, o nome dela deve ser lembrado, pois, antes de morrer do AVC, ela já havia declarado que gostaria de doar os órgãos. Então, a que se deve isso? A Deus, à equipe multidisciplinar, à família dela e à ela (Frankielen)”, completou o médico responsável Luiz Ernesto.

A família se despediu de Frankielen 2 dias depois da chegada dos bebês. O corpo dela foi enterrado no dia 22 de fevereiro. E como desejado, seus órgãos foram doados.

Alta médica

Depois de mais de 3 meses no hospital, os gêmeos Anna Vitória e Asaph tiveram alta e foram para casa. Agora os irmãos ficaram sob os cuidados do pai e da avó.

Durante a internação, os gêmeos ganharam cerca de 2 quilos cada e cresceram cerca de 8 centímetros. Graças à doação de leite, os bebês foram capazes de se desenvolver e ganhar peso nesses 99 dias no hospital.

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