Transplante de órgão comoveu uma equipe médica experiente. Um caso altamente improvável: uma mãe descobriu no hospital que o rim que estava prestes a receber era do próprio filho, morto dias antes num acidente.
Foram 15 anos de luta e de idas a um hospital em Campos, no norte do estado do Rio. Dona Isabel, de 65 anos, era paciente renal grave e fazia hemodiálise três vezes por semana. Ela sofria e os seis filhos também. O transplante de rim era a única saída.
Magno, o xodó assumido dela, se ofereceu para doar um dos rins para mãe quando tinha 28 anos. A fé e o desejo do o filho viraram realidade de uma maneira trágica. Em 12 de julho, ele sofre um acidente de moto e morreu no hospital. Um baque para a família que se viu diante de um dilema: autorizar ou não a doação dos órgãos.
A lei brasileira não permite que as famílias escolham para quem vão os órgãos. As doações após a morte seguem para as pessoas de uma lista única, respeitando os critérios de ordem de inscrição, gravidade do caso e compatibilidade genética.
Dona Isabel era um dos dez pacientes renais crônicos na fila do transplante com maior compatibilidade genética com o doador. Mas o destino se encarregou do desfecho dessa história de dor e de muito amor. E ela recebeu o rim do filho.