Para muitas pessoas, pode ser incompreensível que uma mulher grávida tente matar seu próprio filho recém-nascido. Mas, acredite você ou não, isso pode acontecer por alguns motivos: quando a mãe é jovem demais ou não teve coragem de contar a ninguém sobre a gravidez indesejada, por exemplo. E isso acontece bastante, especialmente entre as mais jovens. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 7,3 milhões de adolescentes se tornam mães a cada ano ao redor do mundo. Destas, 2 milhões são menores de 15 anos.
Por que estamos falando disso? Porque foi exatamente isso que aconteceu com uma adolescente de 14 anos em uma escola no Texas.
A jovem deu à luz dentro do banheiro do local e, numa atitude desesperada, afogou a criança dentro do vaso sanitário.
Ela foi encontrada no local por uma colega de escola que procurou ajuda imediatamente. Assim, mãe e bebê foram restagados por uma enfermeira e pela polícia local.
De acordo com os oficiais que atenderam a ocorrência, o bebê nasceu vivo, mas acabou morrendo ao ser colocado dentro do vaso. A menina foi encaminhada a um hospital, onde se recupera do trauma.
Apesar da situação, famílias de outros alunos da escola demonstraram compaixão pela jovem, devido a difícil situação. Heather Kennington, que é mãe solteira há 11 anos, comentou sobre o caso em uma entrevista à ABC. “Quando você está numa situação dessas, sente que não pode contar com ninguém, nem mesmo com seus pais. Isso é absurdamente aterrorizante”, disse.
Outros pais acreditam que a história possa servir de exemplo e ser usada para conscientizar outros jovens sobre os riscos de fazer sexo sem proteção ou esconder uma gravidez.
“Muitas vezes, eles não fazem ideia da consequência dos seus atos. Temos um programa [de conscientização] no distrito, e esperamos que isso não volte a acontecer”, declarou outro pai.
Você pode até estar se perguntando o porquê de abordarmos um assunto que aconteceu tão distante do Brasil. Mas saiba que casos bem parecidos já foram registrados em outras cidades brasileiras e podem ocorrer bem pertinho de você.
Infelizmente, muitas jovens engravidam sem desejar e têm medo de compartilhar isso com os pais ou alguém de confiança. E apesar de parecer uma atitude comum e razoável culpá-las, não é!
Uma gravidez indesejada pode acontecer por diversos fatores. Os principais deles:
– Tabu: a maioria das pessoas evita falar sobre sexo, especialmente com os jovens. Por isso, muitos acabam se relacionando sem ter ideia das consequências;
– Falta de informação: além dos pais, é importante que a própria escola aborde o tema ‘educação sexual’, pois os jovens que não têm liberdade de conversar com os pais podem se sentir mais seguros ao pedir informações para um professor.
Além disso, ainda que não seja pai, nem professor de uma jovem que engravidou acidentalmente, você pode lhe oferecer o suporte que precisa para lidar melhor com a gestação e tomar a decisão correta sobre o bebê.
Para isso, será importante que você se atente aos sinais e saiba identificar se alguém que conhece está grávida ou não. Caso haja confirmação, não faça julgamentos, nem uma verdadeira sabatina de perguntas.
Deixe que ela se sinta confortável e converse abertamente sobre opções. Num momento como esse, a pessoa pode sentir que não têm nenhuma escolha, quando existem algumas possibilidades. Por exemplo:
Ficar com a criança: muitas adolescentes que engravidam optam por ficar com o bebê. Algumas se casam com os parceiros, enquanto outras preferem criar os filhos separadamente, com ajuda da família;
Dá-lo para adoção: tudo bem se ela não quiser ficar com a criança, é um direito dela. Por isso, outra escolha possível é colocar o bebê para adoção, onde ele vai encontrar uma família que talvez tenha mais condições ou mesmo preparo psicológico para criá-lo.
No final das contas, a forma como você vai lidar com a situação faz toda diferença. Até porque não queremos que isso aconteça com alguém de quem gostamos, não é?